Ufa!!!!! Na verdade estou um pouco atrasado para este post, mas...enfim...
Depois de assistir muito vídeo de produção de cerveja, ler um bocado de material, participar de Oficina Cervejeira, correr atrás de equipamentos, panelas, etc.. Nasceu a Afrodite um Blond Ale que deu muuuuuito trabalho.
Estava quase tudo pronto para iniciar a minha primeira brassagem no dia 20 de novembro ainda no ano passado. Tudo Equipamento novo. É hoje, eu falei..Só que na verdade não estava tuuuuudo pronto. Precisava comprar ainda umas mangueiras, dobrar as serpentinas (Chiller), montar as panelas, e eu também estava sem air lock. Teria que improvisar mesmo...
Esse era o cenário ao meio-dia. todo equipamento ainda para organizar e preparar o ambiente.
Olha a empolgação total aí para começar a produzir Sem esquecer, é claro, de abastecer. Porque carro sem combustível não anda.
A partir daqui a Mimi acompanhou todo o processo e ajudou muito nas gravações dos vídeos, nos retratos tirados e também em não deixar faltar a cerveja na minha mão. Brigadúúúúúúú.
Apesar de furada, a panela ainda precisava ser lixada e preparada com as válvulas e tudo mais. Muito empenho mesmo.
Beleza. agora sim tudo pronto. Vamos então começar moendo o malte.
5 Kg de malte pilsen.
Houston.....
Vejam que eu não estava conseguindo moer o malte de forma correta. Estava ficando muito moido demais.
Lógico...
A anta aqui foi comprar um moedor de café..
Daí fui dar uma de MacGyver
Tentei demonstar o moedor para entender como era a regulagem.
Entendi que com esse moedor não ia funcionar e pronto. E agora??
Já era 5 da tarde.
Solução.. Mirian, vamos tomar um chopp lá na Bierfass.
Aproveitei e levei o malte e um balde.
Chegando lá fui logo falar com o Eduardo, cervejeiro da casa.
Eduardo, por favor, quebra essa pra mim? Moe 5 Kg de pilsen para que eu possa fazer minha primeira brassagem?
É prá já disse ele, sempre muito gente boa.
Rapidinho e tava tudo moído. Valeu Edu, Valeu Bierfass.
Acontece que já estava tarde demais. Então o negócio era tomar uns chopps e deixar para domingo.
Só que tinha um problema. Domingo era a confirmação da Rafa. Ia começar logo cedinho.
Foi show. Só que tive que esperar até às 4 da tarde para ir embora porque o pai tava junto.
Então cheguei em casa 4 e meia e disse novamente. É HOJE!!!
Vamos aos trabalhos:
Moagem: OK
Brassagem:
Coloquei uns 17 litros de água para esquentar, já que a panela é para 24 litros.
Quando a temperatura da água chegou em 68 graus C coloquei o malte e logo veio aquele cheirinho maravilhoso.
Ficou uma hora sob controle de temperatura a 65 graus.
Sempre que foi necessário elevar a temperatura fiz a movimentação do malte para distribuir bem o calor.
Tudo OK até aqui.
Após essa uma hora elevei a temperatura para 78 graus, sempre movimentando o malte, para a interrupção da ação das enzimas.
Recirculação e lavagem do Malte.
Retirei a panela de cima do fogareiro e coloquei logo em frente para iniciar a recirculação.
Aqui a ajuda do futuro genro Diogo e do sobrinho Leo foram primordiais. É MUITO difícil e triste fazer cerveja sozinho. Sugestão, sempre convide um amigo para lhe ajudar.
Também estavam divertindo-se a minha filha querida Paulinha, o meu querido filho Gui, minha cunhada Fabi e o Biel. No final ainda apareceu outra cunhada a Iri.
Enquanto realizava a recirculação coloquei a outra panela com 18 litros de água para esquentar.
Abaixo da panela com o malte coloquei o balde para recolhimento do mosto.
Vejam no vídeo o processo de lavagem do malte.
Foram necessários dois baldes já que recolhi cerca de 30 litros de mosto.
Todo o mosto foi transferido para a panela de fervura. Essa é uma panela maior que tenho.
Fervura e Lupulagem
A previsão foi de ferver por 60 minutos. Então, 15 minutos após o início da fervura adicionei 15 gr de lúpulo cascade. Principiante é f....
Lógico que deixei a tampa. Boil Over.. Pqp....
Bom retirei a tampa e percebi que muito lúpulo ficou grudado nela. Então pensei, vou ter que colocar um pouco mais.
Aos trinta minuto de fervura adicionei mais 10 gr de lúpulo e mais 10 gr aos 45 minutos de fervura.
Fiz o redemoinho ainda quente para ver o incrível movimento na panela.
Resfriamento
Já estava escuro. As filmagens e fotos a partir de agora já não ajudam muito.
De qualquer forma tem um vídeo de preparamento do chiller para o resfriamento. Duas serpentinas. Uma de 8 metros e outra de 12. A de 8 coloquei em um balde com gelo.
A de 12 coloquei na panela.
Foram mais ou menos 45 minutos de resfriamento. Tirei a temperatura e já estava abaixo de 20 graus. Não lembro bem quanto estava. Coloquei uma mangueira de silicone na ponta do extrator da panela, devidamente sanitizada.
Retirei uma proveta de mosto para medir a OG que ficou, corrigida, em 1.052
Sanitizei o balde fermentador. Depois descobri que exagerei um pouco no iodo mas nada que prejudicou a cerveja.
Realizei toda a transferência do mosto para o balde. Como a válvula extratora está posicionada estratégicamente na panela não realizei filtragem do trub.
Também não achei necessidade de aerar o mosto.
Sem problemas. Todo o mosto transferido. Mais ou menos 17 litros.
Inoculei o fermento diretamente no balde, sem hidratação.
Lacrei o balde com a tampa já preparada com um air lock caseiro.
Pronto!!!
Pronto nada. A cerveja ainda vai ficar aí fermentando por uns 7 dias.
Como a adrenalina estava alta, mesmo já sendo umas 11 horas da noite, aproveitei e preparei um Malzbrot com um pouco do malte que utilizei para fazer a cerveja.
Nada mal para a primeira vez que faço pão.
O sabor é Muuuuuuuito bom. Já passavam das 2 da manhã quando terminei o pão.
Fermentação.
A espera pela fermentação/maturação é realmente angustiante.
Foram sete dias bem tensos. Não vi uma bolha no air lock.
Troquei ideias com o Luis Augusto Kohlbach, cervejeiro caseiro mais experiente e ele disse que isso pode acontecer. Pode ter vazamento no balde ou pior, o fermento morreu em função de muito iodo. Mas que nada, de vez em quando eu retirava um pouco de líquido pela torneirinha e já estava com sabor de cerveja só que tinha um gostinho de fermento. Acho que normal.
Maturação
No dia 28 de novembro, após os sete dias de fermentação, preparei outro balde e coloquei uma torneira nele também. Como a preocupação com contaminação era muita, tive todo o cuidado.
Na verdade acho que exagerei um pouco, mas tudo bem.
Tudo transferido, agora é só aguardar mais 7 dias.
Nova angústia de espera. Não é fácil não. E a galera buzinando na orelha, quando é que nós vamos tomar a cerveja???
Primming e engarrafamento
Agora já no dia 05 de dezembro preparei tudo para engarrafar, já que não tenho barril.
Aqui eu apanhei mesmo. Primeiro dá um p... trabalho limpar as garrafas, retirar os rótulos, lavar por dentro, ferver, sanitizar, deixar escorrendo, etc..
Depois preparar o açucar invertido foi mais encrenca ainda. Fiz muito açucar e acho que deixei ferver por pouco tempo. Pelo menos é o que penso agora.
Mesmo assim fiz o primming garrafa por garrafa, 1ml para cada 100ml de cerveja.
Antes de começar a engarrafar retirei mais uma proveta de cerveja para calcular a OF que ficou, já corrigida, em 1.013
Com isso a gradução alcoólica ficou em 5,2% aproximadamente sem o primming.
Bom, consegui encher, mais ou menos, 24 garrafas de 600ml. Tinham algumas de 500ml.
Primeira degustação
No dia 11 de dezembro tivemos o encontro mensal de cervejeiros da Acerva de Santa Catarina lá na Bierfass. Levei uma garrafa para degustarmos sabendo que ainda era cedo. Bom, o sabor estava MUITO bom e bem lupulado, porém sem gás e sem espuma.
OK, de qualquer forma foi a primeira aberta.
Só que mesmo depois disso as próximas também não geraram gás nem espuma.
Desconfiei de vazamento nas tampinhas.
Bom, acontece que abri uma no natal que, para minha surpresa, deu espuma e gás.
Bingo... Era a garrafa finaleira do balde. Tinha inclusive um tanto a mais de fermento no fundo da garrafa. Alguma coisa pode ter enfraquecido o levedo ou a quanitdade de açucar foi pouca mesmo.
Na dúvida, preparei novo primming e abri as 6 que ainda faltavam, retirei um pouco de cerveja e inseri o açucar invertido.
AGORA SIM....
Senhoras e Senhores, é com muito orgulho que apresento a vocês
AFRODITE Blond Ale By Monich
OK, ainda não está 100% mas a outra garrafa que abri estava FANTÁSTICA, com muita espuma e carbonatação, só que esqueci da foto. Fiquei surpreso demais. hehehe.
Tenho uma garrafa ainda guardada. Não vou esquecer de retratá-la e posto futuramente.
Posso garantir que vale muito a pena e representa a realização de um sonho com muito esforço.
Dá sim para fazer cerveja em casa e de qualidade.
Só que essa não é uma cerveja só By Monich. Tem suor de amor de muita gente nessa cerveja.
Agradecimentos especiais a toda minha família, principalmente Mimi, Paulinha, Gui e Diogo.
Obrigado também para todos os amigos que deram muito incentivo e apoio. Dudu, Casca, Minhoca, Felipe e até o Jersony e em especial ao Mestre Cervejeiro, Luis Augusto Kohlbach que não mediu esforços para ajudar e incentivar. Ao Dorval também pelo apoio nos equipamentos e insumos. Sempre incentivando a cultura cervejeira.
Essa é, com certeza, a primeira de muitas.
Excelentes cervejas para vocês.
Sigo eu, emocionado por relembrar e recompensado por tanto tempo de dedicação e esforço.
Até o próximo....