Busquei uma receita de Brown Ale. Queria muito que a segunda produção fosse de uma cerveja escura. Podia ser uma Stout também, mas a receita da brown ale agradou um pouco mais. Passei lá no Dorval (Masterbrau) e comprei os maltes, o lúpulo e o fermento.
Montei assim a receita:
Maltes:
3,70 Kg de Pilsen
0,80 Kg de Caramunich
0,25 Kg de Carafa
0,50 Kg de Carapils
Lúpulos:
4 g de Cascade (7,5%)
30g de Hallertauer Tradition (6%)
Fermento:
Nottingham
MOAGEM DOS MALTES
Preparei todo o ambiente em casa, pesei os maltes, separei tudo e chamei toda a família para ajudar na moagem. Agora já estava com o moedor novo e correto.
Moendo o malte Pilsen |
O novo moedor dá conta que é uma beleza |
O Gui, a Paula, o Diogo e, principalmente a Mimi fizeram muita força para moer os 5,25Kg de malte. Parece pouco mas o braço começa a doer mesmo. Boa hora para queimar umas calorias. hehehe
Malte já moído, panelas bem lavadas, fogareiro montado, era hora da brassagem.BRASSAGEM:
Como havia chegado um novo termômetro que iria estrear, resolvi arriscar um pouco e fazer a brassagem com paradas em diferentes temperaturas, conforme abaixo:
Despejar os maltes aos 60ºC
Elevar para 64ºC e manter por 50 min
Elevar para 66ºC e manter por 30 min
Elevar para 72ºC e manter por 20 min
Elevar para 78ºC e manter por 50 min
Coloquei 15 litros de água para esquentar. Chegando nos 60ºC depejei os maltes
Elevamos a temperatura e sempre mexendo para manter a temperatura homogênea o máximo possível.
Sem esquecer de medir a temperatura constantemente.
A mostura foi tranquila, mesmo com tantas mudanças de temperatura e controle, etc..
Passadas quase duas horas já estava no momento de iniciar a próxima etapa
RECIRCULAÇÃO E LAVAGEM DO MALTE
Coloquei mais 18 litros para aquecer na outra panela, assim ganhamos um pouco de tempo.
Enquanto isso, fizemos a recirculação, com o objetivo de obter um mosto o mais limpo possível. A recirculação leva um tempo e também cansa um pouco, mas vale a pena.
Após algumas recirculações e com a água da lavagem já quase em 78ºC o mosto é extraído da panela e transferido para os baldes.
A lavagem serve para extrair o máximo de mosto do malte que está na panela. Consegui retirar + ou menos 30 litros de mosto. Após a extração, o mosto volta para a panela para a próxima etapa.
FERVURA E LUPULAGEM
A fervura acontece com o fogo alto, cuidando para que a espuma que forma não passe por cima da panela. Por isso, é importante não tampar. Pesei e separei os lúpulos:
04 g de cascade a 60 min do final da fervura.
05 g de hallertauer Tradtion 15 minutos para o final
20 g de hallertauer Tradition 10 minutos para o final
05 g de hallertauer Tradition 5 minutos para o final.
Sempre que coloco os lúpulos eu aguardo um pouco e vou retirando a espuminha que forma sobre o líquido. Não sei se faz diferença mas é assim que aprendi. Então é melhor seguir enquanto funciona.
Bom depois desse vídeo eu não consegui recuperar as fotos e os outros vídeos que tinha, mas vamos pelo texto mesmo.
RESFRIAMENTO
Preparei os dois chiller e pluguei todas as mangueiras. Utilizei dois sacos de gelo no chiller menor. Levou cerca de 45 minutos para que a temperatura ficasse perto dos 25 graus.
TRANSFERÊNCIA PARA O FERMENTADOR
Logo que a temperatura abaixou, retirei um tanto para medir a OG e esta foto eu tenho.
Ficou bem acima do esperado. 1,070 que corrigido foi para 1,065
OG medida |
Excelente mas vai fugir muito ao estilo. Consegui obter cerca de 18 litros que foram transferidos com muito cuidado para o balde de fermentação.
ADIÇÃO DO FERMENTO
Abri o pacotinho e despejei o fermento Nottingham direto no líquido, sem hidratar mesmo.
Fechei bem o balde, que já contava com o airlock que eu tinha comprado.
Tudo tranquilo por enquanto.
Logo no primeiro dia a fermentação deu muito trabalho. O airlock borbulhava tanto que expulsava todo o líquido de controle e ainda muita espuma junto. O aroma era fantástico de chocolate. Controlei durante umas horas e depois logo tudo voltou ao normal.
Deixei no fermentador primário por 7 dias com temperatura entre 16 e 22ºC. Após, transferi para um segundo fermentador e deixei maturar por mais 7 dias.
PRIMMING E ENGARRAFAMENTO
Esse é um processo bastante trabalhoso. Você precisa lavar bem as garrafas que tem, sanitizar todas, de preferência esterelizando bem as garrafas, as tampinhas, a seringa e todos os demais equipamentos utilizados.
Mesmo tendo estudado um pouco mais sobre o primming resolvi manter a fórmula que tinha com 1 porção de açúcar para 2 de água. Fiz o primming com 8g de solução por litro, inserindo garrafa por garrafa. Consegui 23 garrafas de 600 ml.
PRIMEIRA PROVA
Após uns sete dias levei duas garrafas para a primeira prova. Estávamos fazendo umas dúzias de carangueijos lá no bar do Xito. Infelizmente as cervejas estavam sem gás e sem espuma. Tomamos assim mesmo porque o sabor estava ótimo. Como achei que talvez as cervejas tinhas ficado poucos dias formando gás, esperei mais alguns dias para a próxima prova. Mesmo assim, nada de espuma ou gás. Pqp...
PRIMMING - NOVA TENTATIVA
Resolvi fazer uma nova solução de primming, abrir todas as garrafas restante e colocar mais solução em cada uma. Sendo assim, mais uns dez dias para aguardar e provar novamente.
PROVA FINAL
Após uns 7 dias do segundo primming (não aguentei esperar 10 dias) resolvi abrir uma garrafa para ver como estava.
SIMPLESMENTE EXCELENTE, tanto no visual como no sabor.
Olha só como ficou o visual |
E também a família e os amigos experimentaram e aprovaram
O que era para ser uma Brown Ale acabou ficando, sem querer, mais parecida com uma Robust Porter, só que mais alcoólica com cerca de 6,85% de álcool, bem escura e encorpada.
Em função disso, o nome dessa cerveja faz referência ao Black Hawk. Escuro e forte. Já o Down vale para aviso. Se não cuidar, cai mesmo.
Sigo eu, feliz da vida com as cervejas feitas em casa e já tentando novas receitas que serão postadas futuramente. Excelentes cervejas sempre!!!
Até o próximo.....