terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Senhoras e Senhores, com vocês... AFRODITE Blond Ale By Monich

Ufa!!!!! Na verdade estou um pouco atrasado para este post, mas...enfim...
Depois de assistir muito vídeo de produção de cerveja, ler um bocado de material, participar de Oficina Cervejeira, correr atrás de equipamentos, panelas, etc.. Nasceu a Afrodite um Blond Ale que deu muuuuuito trabalho.
Estava quase tudo pronto para iniciar a minha primeira brassagem no dia 20 de novembro ainda no ano passado. Tudo Equipamento novo. É hoje, eu falei..Só que na verdade não estava tuuuuudo pronto. Precisava comprar ainda umas mangueiras, dobrar as serpentinas (Chiller), montar as panelas, e eu também estava sem air lock. Teria que improvisar mesmo...


Esse era o cenário ao meio-dia. todo equipamento ainda para organizar e preparar o ambiente.


Olha a empolgação total aí para começar a produzir Sem esquecer, é claro, de abastecer. Porque carro sem combustível não anda.
A partir daqui a Mimi acompanhou todo o processo e ajudou muito nas gravações dos vídeos, nos retratos tirados e também em não deixar faltar a cerveja na minha mão. Brigadúúúúúúú.




Apesar de furada, a panela ainda precisava ser lixada e preparada com as válvulas e tudo mais. Muito empenho mesmo.
Beleza. agora sim tudo pronto. Vamos então começar moendo o malte.
5 Kg de malte pilsen.
Houston.....
Vejam que eu não estava conseguindo moer o malte de forma correta. Estava ficando muito moido demais.


Lógico...
A anta aqui foi comprar um moedor de café..
Daí fui dar uma de MacGyver




Tentei demonstar o moedor para entender como era a regulagem. 
Entendi que com esse moedor não ia funcionar e pronto.  E agora??
Já era 5 da tarde. 
Solução.. Mirian, vamos tomar um chopp lá na Bierfass.
Aproveitei e levei o malte e um balde.
Chegando lá fui logo falar com o Eduardo, cervejeiro da casa.
Eduardo, por favor, quebra essa pra mim? Moe 5 Kg de pilsen para que eu possa fazer minha primeira brassagem?
É prá já disse ele, sempre muito gente boa. 
Rapidinho e tava tudo moído.  Valeu Edu, Valeu Bierfass.
Acontece que já estava tarde demais. Então o negócio era tomar uns chopps e deixar para domingo. 
Só que tinha um problema. Domingo era a confirmação da Rafa. Ia começar logo cedinho.
Foi show. Só que tive que esperar até às 4 da tarde para ir embora porque o pai tava junto.
Então cheguei em casa 4 e meia e disse novamente. É HOJE!!!
Vamos aos trabalhos:
Moagem: OK
Brassagem:
Coloquei uns 17 litros de água para esquentar, já que a panela é para 24 litros.
Quando a temperatura da água chegou em 68 graus C coloquei o malte e logo veio aquele cheirinho maravilhoso.




Ficou uma hora sob controle de temperatura a 65 graus.
Sempre que foi necessário elevar a temperatura fiz a movimentação do malte para distribuir bem o calor.
Tudo OK até aqui.
Após essa uma hora elevei a temperatura para 78 graus, sempre movimentando o malte, para a interrupção da ação das enzimas.


Recirculação e lavagem do Malte.
Retirei a panela de cima do fogareiro e coloquei logo em frente para iniciar a recirculação.
Aqui a ajuda do futuro genro Diogo e do sobrinho Leo foram primordiais. É MUITO difícil e triste fazer cerveja sozinho. Sugestão, sempre convide um amigo para lhe ajudar.
Também estavam divertindo-se a minha filha querida Paulinha, o meu querido filho Gui, minha cunhada Fabi e o Biel. No final ainda apareceu outra cunhada a Iri.




Enquanto realizava a recirculação coloquei a outra panela com 18 litros de água para esquentar.
Abaixo da panela com o malte coloquei o balde para recolhimento do mosto.
Vejam no vídeo o processo de lavagem do malte.




Foram necessários dois baldes já que recolhi cerca de 30 litros de mosto.
Todo o mosto foi transferido para a panela de fervura. Essa é uma panela maior que tenho.


Fervura e Lupulagem
A previsão foi de ferver por 60 minutos. Então, 15 minutos após o início da fervura adicionei 15 gr de lúpulo cascade. Principiante é f....
Lógico que deixei a tampa. Boil Over.. Pqp....
Bom retirei a tampa e percebi que muito lúpulo ficou grudado nela. Então pensei, vou ter que colocar um pouco mais.
Aos trinta minuto de fervura adicionei mais 10 gr de lúpulo e mais 10 gr aos 45 minutos de fervura.
Fiz o redemoinho ainda quente para ver o incrível movimento na panela.



Resfriamento
Já estava escuro. As filmagens e fotos a partir de agora já não ajudam muito.
De qualquer forma tem um vídeo de preparamento do chiller para o resfriamento. Duas serpentinas. Uma de 8 metros e outra de 12. A de 8 coloquei em um balde com gelo.
A de 12 coloquei na panela. 


Foram mais ou menos 45 minutos de resfriamento. Tirei a temperatura e já estava abaixo de 20 graus. Não lembro bem quanto estava. Coloquei uma mangueira de silicone na ponta do extrator da panela, devidamente sanitizada.
Retirei uma proveta de mosto para medir a OG que ficou, corrigida, em 1.052


Sanitizei o balde fermentador. Depois descobri que exagerei um pouco no iodo mas nada que prejudicou a cerveja.
Realizei toda a transferência do mosto para o balde. Como a válvula extratora está posicionada estratégicamente na panela não realizei filtragem do trub.
Também não achei necessidade de aerar o mosto. 
Sem problemas. Todo o mosto transferido. Mais ou menos 17 litros.


Inoculei o fermento diretamente no balde, sem hidratação.
Lacrei o balde com a tampa já preparada com um air lock caseiro.


Pronto!!!
Pronto nada. A cerveja ainda vai ficar aí fermentando por uns 7 dias.
Como a adrenalina estava alta, mesmo já sendo umas 11 horas da noite, aproveitei e preparei um Malzbrot com um pouco do malte que utilizei para fazer a cerveja.


Nada mal para a primeira vez que faço pão.
O sabor é Muuuuuuuito bom. Já passavam das 2 da manhã quando terminei o pão.

Fermentação.
A espera pela fermentação/maturação é realmente angustiante.
Foram sete dias bem tensos. Não vi uma bolha no air lock. 
Troquei ideias com o Luis Augusto Kohlbach, cervejeiro caseiro mais experiente e ele disse que isso pode acontecer. Pode ter vazamento no balde ou pior, o fermento morreu em função de muito iodo. Mas que nada, de vez em quando eu retirava um pouco de líquido pela torneirinha e já estava com sabor de cerveja só que tinha um gostinho de fermento. Acho que normal.

Maturação
No dia 28 de novembro, após os sete dias de fermentação, preparei outro balde e coloquei uma torneira nele também. Como a preocupação com contaminação era muita, tive todo o cuidado.

Na verdade acho que exagerei um pouco, mas tudo bem.
Tudo transferido, agora é só aguardar mais 7 dias.
Nova angústia de espera. Não é fácil não. E a galera buzinando na orelha, quando é que nós vamos tomar a cerveja???

Primming e engarrafamento
Agora já no dia 05 de dezembro preparei tudo para engarrafar, já que não tenho barril.
Aqui eu apanhei mesmo. Primeiro dá um p... trabalho limpar as garrafas, retirar os rótulos, lavar por dentro, ferver, sanitizar, deixar escorrendo, etc..
Depois preparar o açucar invertido foi mais encrenca ainda. Fiz muito açucar e acho que deixei ferver por pouco tempo. Pelo menos é o que penso agora.
Mesmo assim fiz o primming garrafa por garrafa, 1ml para cada 100ml de cerveja.
Antes de começar a engarrafar retirei mais uma proveta de cerveja para calcular a OF que ficou, já corrigida, em 1.013
Com isso a gradução alcoólica ficou em 5,2% aproximadamente sem o primming.
Bom, consegui encher, mais ou menos, 24 garrafas de 600ml. Tinham algumas de 500ml.

Primeira degustação
No dia 11 de dezembro tivemos o encontro mensal de cervejeiros da Acerva de Santa Catarina lá na Bierfass. Levei uma garrafa para degustarmos sabendo que ainda era cedo. Bom, o sabor estava MUITO bom e bem lupulado, porém sem gás e sem espuma.
OK, de qualquer forma foi a primeira aberta.
Só que mesmo depois disso as próximas também não geraram gás nem espuma.
Desconfiei de vazamento nas tampinhas.

Bom, acontece que abri uma no natal que, para minha surpresa, deu espuma e gás. 
Bingo... Era a garrafa finaleira do balde. Tinha inclusive um tanto a mais de fermento no fundo da garrafa. Alguma coisa pode ter enfraquecido o levedo ou a quanitdade de açucar foi pouca mesmo.

Na dúvida, preparei novo primming e abri as 6 que ainda faltavam, retirei um pouco de cerveja e inseri o açucar invertido.

AGORA SIM....
Senhoras e Senhores, é com muito orgulho que apresento a vocês
AFRODITE Blond Ale By Monich



OK, ainda não está 100% mas a outra garrafa que abri estava FANTÁSTICA, com muita espuma e carbonatação, só que esqueci da foto. Fiquei surpreso demais. hehehe.
Tenho uma garrafa ainda guardada. Não vou esquecer de retratá-la e posto futuramente.
Posso garantir que vale muito a pena e representa a realização de um sonho com muito esforço.
Dá sim para fazer cerveja em casa e de qualidade.
Só que essa não é uma cerveja só By Monich. Tem suor de amor de muita gente nessa cerveja. 
Agradecimentos especiais a toda minha família, principalmente Mimi, Paulinha, Gui e Diogo.
Obrigado também para todos os amigos que deram muito incentivo e apoio. Dudu, Casca, Minhoca, Felipe e até o Jersony e em especial ao Mestre Cervejeiro,  Luis Augusto Kohlbach que não mediu esforços para ajudar e incentivar. Ao Dorval também pelo apoio nos equipamentos e insumos. Sempre incentivando a cultura cervejeira.

Essa é, com certeza, a primeira de muitas.

Excelentes cervejas para vocês.

Sigo eu, emocionado por relembrar e recompensado por tanto tempo de dedicação e esforço.
Até o próximo....

19 comentários:

  1. Po, ficou show de bola Monich, Parabéns!!!

    Poderia me passar a receita do pão, eu também tenho o "soborô" do malte aqui, huauhauhauha.

    grande abraço

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  2. Salve Felipe, valeu a apoio. Próxima Oktober aparece por aqui que vamos degustar uma dessas.

    Grande João, obrigado mesmo. Tô sabendo que já saiu a primeira brassagem por aí também. Sugestão: Registre tudo e tire muitas fotos.
    Você consegue a receita de pão no link http://www.grabenwasser.com.br/como-fazer-cerveja/apendice/pao-de-malte-malzbrot-
    É a que eu uso.

    Abraços, boas cervejas e obrigado novamente.

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  3. Grande Monich! Um dia desses eu apareço ai para tomar uma dessas cervejas contigo. Parabéns! Muiiiito legal a história, os vídeos, tudo!!!!

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  4. Pô Daniel.
    Tá mais que na hora de vc aparecer em Joinville.
    Vamos sem dúvida tomar algumas...
    Lembre-se que vc tem um pouco de culpa nessa história.
    Um abraço.

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  5. Monich, meus parabéns por sua cerveja!! Excelente coloração e tenho certeza que deve ter ficado muito boa! Parabéns também pelo blog, muito interessante e cheio de informações. Estou escrevendo uma postagem sobre cervejas Bock e acabei achando seu blog no google. Fiquei contente em ver mais um aventureiro iniciando na produção de cervejas!!! Já estou seguindo seu blog e já adicionei aos meus favoritos! Grande abraço e até a próxima.

    Claudio.

    http://blackbrewer.blogspot.com

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  6. Mestre Claudio, é muita satisfação receber comentários como este. Obrigado mesmo.
    Já conheci seu blog e acho que vamos trocar muitas informações e receitas. Viva a cultura cervejeira.
    Excelentes cervejas sempre!
    Um abraço.
    Monich

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  7. Grande Monich!

    Sobrou alguma garrafa para bebermos?

    Abraço

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  8. Fala Rafa!!!
    Sobrou nada, mas já tem outras chegando.
    Fica traquilo que não vai faltar oportunidade.
    Um abraço.
    Monich

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  9. Fala Monich, tbém tô fazendo umas cervas em casa.
    As minhas inicialmente tbém não deram espuma, reabri 50 garrafas, refiz o priming e engarrafei novamente. A primeira leva foi de Pilsen, a segunda Pale Ale e a terceira Stout.
    A Pilsen tem um gosto de cravo forte, na fermentação não tinha local refrigerado, e na semana que fermentou deu muito calor, mas é tomável, turva. A Pale Ale já ficou mais saborosa, mais adocicada, para mim a melhor que fiz, mais clarificada. E a Stout, sei lá, o cara me mandou um kit pronto, o Norberto Herrero, faltou malte torrado, mas ela é escura, pouco amarga, mas encarável também.
    Dia 28 tem um encontro em Bnu, ACerva Catarinense.
    Falou.

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  10. Maruim, não consegui encontrar seu nome, então, vou te chamar assim beleza?
    Fazer cerveja em casa é realmente um desafio, mas certamente vale muito a pena. Vejo que você já está a todo vapor. É isso aí. Vamos combinar para fazer umas bassagens juntos ou, pelo menos, degustarmos umas artesanais. Um abraço.
    Monich

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  11. Muito bem Monich! Parabéns pelo trabalho e, meu amigo, quanta ciência pra fazer esse líquido precioso hein?!

    Abraço!

    Laurides

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  12. Grande Laurides.
    Muito estudo e trabalho que valem a pena.
    Obrigado pela passagem por aqui.
    Vou separar uma para você provar.
    Um abraço.
    Monich.

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  13. Amigo Monich,
    Eu não gosto de cerveja não, mas o seu blog está "estupidamente" fantástico! rssss
    Para quem aprecia a geladinha, sua Afordite Blond Ale parece que não fica atrás de nenhuma das famosas. rssss

    Um grande abraço,
    Thatiane Avelino

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  14. Oi Thati, muito obrigado pela visita.
    Tenho certeza que dessa cerveja você gostaria.
    Um abraço.
    Monich

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  15. Oi Monich, parabéns pelo blog. Muito interessante.
    Vou me aventurar nesse mundo da cerveja artesanal. Fiz um curso em 2011, e desde então venho degustanndo cervejas diferentes. Mas agora vou arriscar a fazer a minha :) Ainda tenho algumas dúvidas, principalmente quando devo parar a fermentação, qual valor de densidade devo esperar e quanto ao primming, se coloco nas garrafas a solução ou coloco no fermentador. Será que poderia me dar algumas dicas? Muito obrigada. Abs.

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    1. Obrigado pelo contato. Fico contente em poder ajudar.
      Sinta-se a vontade para perguntar qualquer coisa.
      No caso específico da fermentação, o que normalmente fazemos é deixar a fermentação ocorrer até o final.
      Em temperaturas de fermentação ale isso leva de 7 a 8 dias.
      Nas lagers é ideal manter de 8 a 10 dias.
      Parar a fermentação em determinada densidade exige um controle diário e um refratômetro para que você não precise de uma amostra grande de cerveja para avaliação no densímetro. Lembrando que essa amostra não pode voltar para o balde.
      Somente controle a densidade final quando faço cervejas para algum concurso ou quando vejo que ela ainda está alta e seria ideal deixar fermentando mais um pouco.
      Quanto ao primming não há uma regra. Eu mesmo faço de vez em quando por garrafa e outras vezes direto no fermentador/maturador. Nesse último caso você precisa, obrigatoriamente, trocar de balde de fermentação para maturação pois vai precisar dar uma misturada da cerveja com o primming utilizando a colher de mostura bem sanitizada.
      Atualmente prefiro fazer o primming direto no balde. É bem mais rápido e você não precisa de tantos cálculos.
      Qualquer dúvida estamos por aqui.
      Um abraço e ótimas cervejas.
      Monich

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  16. Prezado Monich parabéns pelo blog. Só li hj, anos depois da realização, mas pude "viajar" nas dificuldades que vc teve e na paixão de realizar um sonho. Muito bom ! Queria te perguntar sobre o Air lock. Dá pra fazer básico assim mesmo apenas com a mangueira e a embalagem com água ? Existe algum outro detalhe especial ? Um abraço Glaucio

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    1. Glaucio, muito obrigado pelo acesso e pelo comentário.
      É realmente a realização de um grande sonho e muito prazeroso hoje beber minha própria cerveja.
      A criação de air lock caseiro também é comum. Atualmente ele custa em torno de R$ 15 a R$ 20, então vale a pena comprar.
      Mas para fermentar, por exemplo, um balde com volume maior, você precisaria de mais de um airlock ou fazer mesmo o seu, assim como eu fiz no início.
      As sugestões são de utilizar mangueira de silicone e atóxica, e manter o recipiente de água sempre bem limpo e sanitizar tudo cada vez que for utilizar.
      Qualquer dúvida, estamos por aqui.
      Um abraço.
      Monich

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